A Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) desempenhou um papel importante no intercâmbio técnico promovido pela Alta Genetics, que trouxe ao Brasil, na última semana, uma comitiva de técnicos e criadores da CIALE (Alta Argentina).

A programação da visita teve início na quinta-feira, 8 de maio, com um tour pela fazenda da VPJ Agropecuária, em Mococa (SP), onde a delegação argentina pôde conhecer de perto as práticas de produção e manejo da pecuária brasileira.

Na sexta-feira, o grupo visitou as instalações da VPJ Alimentos, em Pirassununga (SP), acompanhado pela pesquisadora da ANCP e Professora da USP, Angélica Cravo Pereira, que liderou a apresentação sobre os aspectos cruciais para a produção de carne de qualidade em bovinos zebuínos. Na sequência, o pesquisador sênior da ANCP, Fernando Baldi, ministrou uma palestra focada na relevância da genética como fator determinante para a obtenção de carne de alta qualidade.

Ainda na sexta-feira, a delegação teve a oportunidade de conhecer o Laboratório de Pesquisa em Gado e Corte (LPGC) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP de Pirassununga, cuja condução e explicações foram lideradas por Angélica Pereira. O laboratório conta com um rebanho associado à ANCP que utiliza vacas comerciais para a produção de animais F1, destinados à produção da carne de alta qualidade da VPJ.

A programação também incluiu visitas a duas importantes propriedades associadas à ANCP, o Rancho da Matinha e a Chácara Naviraí, em Uberaba (MG). O tour pelas fazendas proporcionou aos técnicos e criadores argentinos uma visão abrangente da pecuária de seleção brasileira e da aplicação de tecnologias para o melhoramento genético.

Angélica Pereira explica que a busca pela evolução na pecuária se concretiza através da troca de experiências, e isso reflete diretamente no mercado de genética, conciliando o uso de tecnologias de ponta com fins comerciais. “Essa interação nos permite avançar juntos, aprendendo com os diferentes sistemas e focos de cada país”, destaca.

Para a pesquisadora, a troca de conhecimento entre Brasil e Argentina pode facilitar a adoção de ferramentas e tecnologias inovadoras para otimizar cruzamentos, aprimorar avaliações genômicas e refinar estratégias de acasalamento.

“É crucial mostrar aos outros países nossos casos de sucesso na genética, nos acasalamentos, nas avaliações genômicas, nos processos de frigoríficos e na qualidade do produto final. Queremos demonstrar que o Brasil deixou de ser um ‘gigante adormecido’ e se tornou um protagonista no cenário da pecuária mundial”, completa Angélica.

O intercâmbio técnico demonstra o reconhecimento da expertise da ANCP e da qualidade da pecuária brasileira no cenário internacional, fortalecendo laços e promovendo a troca de conhecimentos entre os países.